Evento premia iniciativas educacionais desenvolvidas na Amazônia com R$ 6 mil

Três melhores projetos receberão prêmios de incentivo nos valores de R$ 3 mil para primeira colocação, R$ 2 mil para segunda e R$ 1 mil para terceira

Nesta segunda-feira (22/11), a partir das 15h (horário de Manaus, 16h em Brasília), acontece a cerimônia de entrega do “Prêmio Experiências Transformadoras em Educação Pública na Amazônia”, realizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com o Instituto Unibanco. As três melhores iniciativas receberão prêmios que somam R$ 6 mil no evento, que poderá ser acompanhado no canal TV FAS Amazônia no YouTube.

O prêmio foi criado diante das inúmeras dificuldades enfrentadas pelas populações que vivem na Amazônia, com o objetivo de impulsionar e garantir visibilidade às soluções de melhoria da educação pública na região. A premiação está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Na cerimônia serão apresentados os seis projetos finalistas aprovados pelo Comitê Orientador, formado pelos seguintes membros: Kátia Schweickardt, professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco; Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS; Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa (CEDAC); Tiago Borba, gerente de planejamento e articulação do Instituto Unibanco; Lucia Isabel, representante da Universidade Federal do Pará (UFPA); e Geraldo Mendes, representante do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Os três melhores projetos receberão prêmios de incentivo nos valores de R$ 3 mil para a primeira colocação, R$ 2 mil para a segunda e R$ 1 mil para a terceira. Além da premiação, todas as seis iniciativas finalistas terão espaço nos sites da FAS e do Instituto Unibanco, bem como serão divulgadas na Plataforma de Soluções Sustentáveis da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia).
Durante a cerimônia de premiação, haverá também uma roda de conversa para debater os caminhos e desafios da educação pública na Amazônia, as problemáticas existentes e os projetos inovadores realizados até agora.

O superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, avalia a premiação com otimismo e vislumbra ações futuras. “Ao incentivarmos essas iniciativas já existentes, fazemos com que elas cresçam e gerem ainda mais frutos positivos. O prêmio também pode se tornar um impulso para que mais grupos enxerguem soluções e as criem porque sabem que terão apoio e incentivo para realizarem os trabalhos”, afirma.

Para o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, “garantir visibilidade e reconhecer soluções replicáveis na melhoria da educação do Amazonas contribui para a melhoria como um todo e a busca pela excelência que todos desejamos”.

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil, fundada em 2008, com sede em Manaus (AM). Atua com a missão de contribuir para a conservação ambiental da Amazônia através da valorização da floresta em pé e sua biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas associada à implementação e disseminação do conhecimento sobre desenvolvimento sustentável.

Sobre o Instituto Unibanco

O Instituto Unibanco é uma instituição sem fins lucrativos que atua pela melhoria da qualidade da educação pública no Ensino Médio, por meio da gestão. Seu objetivo é contribuir para a permanência dos estudantes na escola, a melhoria da aprendizagem e a redução das desigualdades educacionais. Sua atuação é baseada em evidências valorizando a diversidade e acelerando transformações por meio da gestão. Fundado em 1982, integra o grupo de instituições responsáveis pelo investimento social privado do grupo Itaú-Unibanco. www.institutounibanco.org.br.

Iniciativas finalistas

Educadores Inovadores da Amazônia – EduInovAM

O projeto itinerante tem como objetivo principal conectar e engajar pessoas que trabalham em prol da melhoria da educação na região Amazônica, fortalecendo a comunidade de educadores através de encontros, oficinas, exposições, intercâmbios, premiações, entre outras ações. A iniciativa mantém embaixadores por toda a região e, por meio deles, são realizadas as ações do projeto.

O fundador e líder da iniciativa, Reinier Freitas, explica que a região apresenta um grande potencial, que precisa ser explorado. “Temos muitas boas ideias espalhadas, nosso trabalho é unir e torná-las mais fortes. É algo que leva tempo; buscamos não quantidade, mas sim qualidade, e por onde passamos deixamos uma semente, uma ideia, que tem dados bons frutos”, comemora.

O Imaginário Lendário Amazônico Através da Arte na Escola Estadual Nazira Litaiff Moriz

O projeto realizado em Tefé busca desenvolver, principalmente, o potencial artístico dos estudantes, levando em consideração a pluralidade artística e cultural da região, valorizando o Imaginário Lendário Amazônico. Aliado a isso, está também a legitimação dos saberes das lendas antigas, relatadas pelos moradores antigos, e a preservação da cultura local e seus povos através da representação artística dos alunos.

A professora Thaila Bastos da Fonseca conta que ter como resultado desenvolvimento do protagonismo dos estudantes e fortalecimento das lendas antigas torna o trabalho ainda mais gratificante. “Os alunos se sentiram felizes em ver seu trabalho sendo exposto para a comunidade, sendo valorizados. Acredito que esse trabalho enriquece as pessoas culturalmente e fortalece nossa história. Espero expandir esse trabalho para outras escolas, abrangendo mais e mais pessoas”, afirma.

Produção Textual Através das Lendas Amazônicas: Legitimando a Identidade Cultural dos Estudantes da Escola Estadual São José

A iniciativa acontece no município de Tefé, interior do Amazonas, e propõe despertar o interesse pela escrita, utilizando as Lendas Amazônicas como incentivo. Coletando informações entre os familiares dos alunos, o projeto visa resgatar as histórias antigas e registrá-las como forma de legitimar a identidade cultural dos alunos.

“Esse projeto contribuiu para promover o protagonismo não só dos alunos, mas também de toda a comunidade, por isso consideramos uma ação muito satisfatória. Todo o material produzido durante este trabalho está disponível para uso pedagógico, para consulta de alunos, dada sua relevância”, diz a professora Thaila Bastos da Fonseca.

Quinta Literária: Leitores de Fraldas no Contexto das Aulas Remotas

A iniciativa da Creche Municipal Magdalena Arce Daou, em Manaus, é uma adaptação de um projeto que funcionava antes da pandemia, com objetivo de implantar práticas de leitura, atuando, principalmente, com crianças de 1 a 3 anos, de maneira lúdica e criativa. Durante o período com aulas remotas, as atividades voltaram a acontecer, através de encontros virtuais, com docentes contando histórias por meio de vídeos, caracterizados como personagens.

Uma das coordenadoras do projeto, Maria Raquel dos Santos, avalia como positiva a adaptação dos trabalhos. “O pedido para voltarmos veio dos pais, isso mostra que conseguimos desenvolver um elo forte entre família e escola, atuando na inserção da família na leitura, contribuindo com o ensino dos alunos que estavam em casa. É muito gratificante ver o projeto sendo referência para outras instituições e que também, através dele, têm surgido outros trabalhos neste segmento”, conta.

Semente Materna Poética

Iniciado nas escolas municipais e estaduais do município de Beruri, no interior do Amazonas, o projeto vem trabalhando também em comunidades ribeirinhas e indígenas do município, fomentando o protagonismo local por meio da poesia e da arte. A iniciativa trabalha nos alunos o incentivo à leitura, a valorização de histórias locais e o fortalecimento das comunidades através da escrita de poesias, mais tarde transformadas em publicações autorais.

O coordenador do projeto, Fábio Gomes da Silva, explica que o trabalho vem alcançando resultados acima dos esperados. “Fico muito feliz em ver que, através da arte, do diálogo, temos incentivado tantos jovens e mostrado a eles seu potencial. É gratificante que haja alunos escrevendo seus próprios livros, buscando ir além na questão da educação através do projeto. Queremos chegar a mais cidades, levar essa transformação e esse protagonismo cada vez mais longe”, diz.

Vaga Lume – Fortalecimento de bibliotecas comunitárias na Amazônia

Visando aproximar o contato de moradores de comunidades da Amazônia com a prática da leitura, o projeto atua na criação de bibliotecas comunitárias, na capacitação de voluntários para a formação de novos leitores e no incentivo à valorização da cultura e identidade local. Através do estreitamento de laços e incentivo à autonomia na comunidade, com os próprios moradores tomando decisões acerca das atividades locais, além da melhoria da educação na região, o projeto visa também empoderar comunidades. “Buscamos ir além de ter só a biblioteca no local, mas construir um legado que se mostre presente nos locais, engajando comunitários, transformando realidades. É, para nós, emocionante ver crianças entrando no projeto, se tornando jovens voluntários e percebendo que essa iniciativa impulsiona seu crescimento”, afirma a Gerente de Relações Institucionais da Vaga Lume, Fernanda Prado.

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Rodrigo Rivera