Victoria Bastos, coordenadora de Mudanças Climáticas do Idesam, comenta detalhes da obra, já disponível para download de forma gratuita
Sendo uma tendência, a compra de créditos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+) no Brasil requer diretrizes e pontos de atenção para que ocorra de forma responsável. É onde entra a Aliança Brasil em Soluções Baseadas na Natureza (NBS, na sigla em inglês), que elaborou um guia com esse intuito.
A associação atua com foco no combate ao desmatamento e à degradação florestal, por meio do desenvolvimento e do fomento à agenda do mercado de carbono.
Intitulada Guia para Compra Responsável de Créditos REDD+ no Brasil, a obra apresenta um conteúdo robusto, mas com linguagem de fácil acesso para empresas, seu principal público-alvo. A temática é dissecada por meio de subtemas como: compromissos corporativos net zero(zero emissões de carbono, em tradução aproximada); relevância do REDD+ como opção de mitigação para as metas corporativas net zero; perguntas orientadoras; e contratos e processo de compra de créditos REDD+.
Para Victoria Bastos, coordenadora do Programa de Mudanças Climáticas do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) – uma das organizações fundadoras da Aliança NBS –, o contexto de criação da obra tem origem em uma crescente procura por créditos de carbono por REDD, fato influenciado, principalmente, pelo crescimento de metas corporativas para redução e compensação de emissões.
Segundo ela, o número de empresas que assumem compromissos net zero tem aumentado significativamente, o que acaba ocasionando um aumento na demanda por créditos de carbono no mercado voluntário. “E, no contexto brasileiro, entende-se que os créditos de carbono por mecanismos de conservação florestal e redução do desmatamento são especialmente procurados”, acrescenta.
Com importantes dados sobre o mercado de carbono voluntário, a publicação ainda apresenta resultados de uma pesquisa realizada com 25 empresas envolvidas no tema (entre desenvolvedores de projeto, investidores, plataforma de registro de créditos e empresas compradoras).
A pesquisa em questão serviu como base para a construção da obra, priorizando as principais questões trabalhadas no processo de decisão para envolvimento destes atores com projetos fornecedores de créditos de REDD.
“Um ponto que vale a pena ressaltar é que todo o guia foi construído pensando no contexto brasileiro, ou seja, com diretrizes que se adequam à realidade de projetos de REDD no Brasil. ”
– Victoria Bastos, coordenadora do Programa de Mudanças Climáticas do Idesam
Conforme Bastos, aspectos como a dinâmica de uso da terra e desmatamento no Brasil foram considerados como pontos de grande atenção, pois questões como estas são bastantes particulares aos projetos brasileiros e devem ser analisadas com atenção tanto por compradores como por ofertantes de créditos de REDD.
Disponível apenas em formato digital, o Guia para Compra Responsável de Créditos REDD+ no Brasil pode ser acessado de forma gratuita na biblioteca da Aliança NBS – tanto em versão original, quanto em uma versão resumida.